O auto exame é muito importante para a mulher, pois foi dessa forma que eu descobri um pequeno e “insignificante” nódulo em meu seio esquerdo, há 15 anos...
Fui à minha ginecologista Dra. Cleusa Escalone, que solicitou vários exames e, após os resultados, fui encaminhada ao mastologista: estava com câncer.
Meu primeiro impacto foi de desespero, medo, angústia e uma imensa solidão. Não estava preparada para morrer aos 45 anos, ainda era jovem, tinha filhos para criar e muitos sonhos a realizar...
Era início da primavera, a estação onde tudo renasce, mas para mim tudo parecia cinza e sem cor...
Sai do consultório totalmente sem rumo, como uma verdadeira “zumbi”, sem enxergar nada ao meu redor.
Era necessário correr contra o tempo, pois nestes casos, a doença é implacável. Três meses após ser detectada a doença, fui operada pelo Dr. Carlos Del Roy, fiz mastectomia e esvaziamento dos gânglios linfáticos. Na mesma cirurgia foi feita a reconstrução da mama, colocando prótese de silicone.
Era dezembro... O Natal se aproximava esta data sempre me emocionou em todos os sentidos, uma vez que minha religiosidade era extremamente profunda.
Ao sair do hospital, na volta para casa, olhava os transeuntes que passavam pelas ruas, mas nada me animava, estava como que anestesiada em minha própria dor.
Minha casa estava maravilhosa, toda iluminada com luzes pisca-pisca que meus três filhos: Sabrina (19 anos), Danilo (16 anos) e Bruno (11 anos) haviam enfeitado para receberem-me e chorei, chorei muito abraçada a eles: a primeira batalha estava vencida, mas outras viriam e fazia-se necessário vencê-las também e eu as venceria, pois minha determinação e fé eram imensas!
Começaram então os tratamentos: quimioterapia e radioterapia. Tratamentos extremamente agressivos, mas necessários para derrotar a doença.
Dr. Pedro Navarro, meu oncologista, explicou-me como seria meu tratamento de quimioterapia:
“iniciaremos com sessões leves, a cada 28 dias, uma vez que você fará radioterapia ao mesmo tempo, aí, passaremos para sessões mais fortes. Você poderá sentir náuseas, mal estar, diarreia, que passarão após 3 a 4 dias. E, antes de cada sessão, faremos exames para ver como seu organismo reage. Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais como as neoplásicas, porém eles acarretam maior dano às células malignas do que às dos tecidos normais. É importante dormir bem e repousar, principalmente após receber a aplicação, isso porque um corpo descansado responde melhor ao tratamento e ajuda a reduzir os efeitos desagradáveis que ele pode causar”.
Falando assim, parece bastante fácil, mas só quem os vivencia é que pode entender a extensão disso tudo.
Comecei meu tratamento e continuei a levar minha vida normal: dando aulas, nessa época eu era professora de Ensino Religioso no Ensino Médio. Meus filhos, familiares e alunos foram importantes durante minha luta. Eles foram a luz no final do túnel para que eu me mantivesse firme e redobrasse minha esperança e fé.
A cada sessão, minha fraqueza ia aumentando, mas minha vontade e fé em Deus eram maiores do que tudo, pois meu Deus é o Deus da vida e era por essa vida que eu lutava.
Em abril minhas sessões de radioterapia estavam terminadas, mas a quimioterapia continuaria até outubro, foi então que, dando aula, senti uma dor insuportável na mama reconstruída e um líquido amarelo escorrendo por meu corpo: a radioterapia havia queimado a tal ponto que a prótese rompeu-se rasgando minha pele.
Fui levada às pressas ao médico: “se esse líquido entrar em seu organismo, não haverá médico que a possa salvar”, foram as palavras dele, e, internada em caráter de urgência, passei por nova cirurgia, agora, mais do que da primeira vez, correndo risco de vida.
Mas venci esta nova etapa: a fé em meu Deus da vida e minha força de viver falou mais alto do que tudo.
Era maio, mês de Nossa Senhora, a mãe tão zelosa que eu tanto amo e voltei novamente à sala de aula, confiante no amor de Maria, com minha fé mais forte e renovada.
As sessões de quimioterapia passaram a ser mais fortes e o médico explicou-me que meus cabelos poderiam cair... e, após quinze dias, da 4ª sessão, acordei totalmente careca, meu travesseiro coberto com meus cabelos. O choque foi intenso e o choro se fez presente. Abraçada a meus filhos, chorei muito, todas as lágrimas que pude até que meus olhos secaram... Era preciso continuar a luta, desistir não era meu lema.
Minha jornada foi repleta de muitas lutas, mas também de muitas vitórias. Sempre acreditei que sairia vencedora, minha fé era inabalável. “Deus está me testando, mas Ele sabe que eu O amo!”
Hoje, 15 anos após esta enorme luta e vitória, acho-me novamente acometida pela mesma doença.
Ela é implacável... Estou agora com 60 anos. Estive internada por 73 dias correndo risco de morrer, mas venci mais esta batalha!
Encontro-me novamente em tratamento quimioterápico, com Xeloda e Zometa, pois, além de estar acometida dessa doença na mama direita, tenho metástases no pulmão (eu que nunca fumei na vida) e nos ossos...
Tem dias que não consigo andar nem mexer as mãos direito, pois o efeito colateral dessa medicação é terrível, mas acredito firmemente que o meu Deus da Vida está ao meu lado, amparando-me. Continuo acreditando, pois minha fé continua inabalável!
Os obstáculos existem para serem transpostos; os desafios para serem enfrentados e os medos, para serem vencidos. Nada é fácil!
Nós não somos fantoches do destino, mas sim, construtores dele e nós construímos a nossa vida diariamente.
Por maior que seja o desafio a ser enfrentado, o importante é acreditar na vitória e nesse Deus maravilhoso que rege nossa vida e que só quer o nosso bem.
Tudo, mas tudo mesmo na vida é aprendizado, nós só necessitamos enxergar, assimilar e agradecer cada momento que vivemos.
Você, que hoje passa por esse mesmo desafio, acredite: “você vencerá, como eu estou vencendo a cada dia”. A minha batalha ainda vai ser longa, mas acredito que eu a vencerei!
Muita luz a vocês!
Vivenciado por Sandra Maria Fernandes
Fui à minha ginecologista Dra. Cleusa Escalone, que solicitou vários exames e, após os resultados, fui encaminhada ao mastologista: estava com câncer.
Meu primeiro impacto foi de desespero, medo, angústia e uma imensa solidão. Não estava preparada para morrer aos 45 anos, ainda era jovem, tinha filhos para criar e muitos sonhos a realizar...
Era início da primavera, a estação onde tudo renasce, mas para mim tudo parecia cinza e sem cor...
Sai do consultório totalmente sem rumo, como uma verdadeira “zumbi”, sem enxergar nada ao meu redor.
Era necessário correr contra o tempo, pois nestes casos, a doença é implacável. Três meses após ser detectada a doença, fui operada pelo Dr. Carlos Del Roy, fiz mastectomia e esvaziamento dos gânglios linfáticos. Na mesma cirurgia foi feita a reconstrução da mama, colocando prótese de silicone.
Era dezembro... O Natal se aproximava esta data sempre me emocionou em todos os sentidos, uma vez que minha religiosidade era extremamente profunda.
Ao sair do hospital, na volta para casa, olhava os transeuntes que passavam pelas ruas, mas nada me animava, estava como que anestesiada em minha própria dor.
Minha casa estava maravilhosa, toda iluminada com luzes pisca-pisca que meus três filhos: Sabrina (19 anos), Danilo (16 anos) e Bruno (11 anos) haviam enfeitado para receberem-me e chorei, chorei muito abraçada a eles: a primeira batalha estava vencida, mas outras viriam e fazia-se necessário vencê-las também e eu as venceria, pois minha determinação e fé eram imensas!
Começaram então os tratamentos: quimioterapia e radioterapia. Tratamentos extremamente agressivos, mas necessários para derrotar a doença.
Dr. Pedro Navarro, meu oncologista, explicou-me como seria meu tratamento de quimioterapia:
“iniciaremos com sessões leves, a cada 28 dias, uma vez que você fará radioterapia ao mesmo tempo, aí, passaremos para sessões mais fortes. Você poderá sentir náuseas, mal estar, diarreia, que passarão após 3 a 4 dias. E, antes de cada sessão, faremos exames para ver como seu organismo reage. Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais como as neoplásicas, porém eles acarretam maior dano às células malignas do que às dos tecidos normais. É importante dormir bem e repousar, principalmente após receber a aplicação, isso porque um corpo descansado responde melhor ao tratamento e ajuda a reduzir os efeitos desagradáveis que ele pode causar”.
Falando assim, parece bastante fácil, mas só quem os vivencia é que pode entender a extensão disso tudo.
Comecei meu tratamento e continuei a levar minha vida normal: dando aulas, nessa época eu era professora de Ensino Religioso no Ensino Médio. Meus filhos, familiares e alunos foram importantes durante minha luta. Eles foram a luz no final do túnel para que eu me mantivesse firme e redobrasse minha esperança e fé.
A cada sessão, minha fraqueza ia aumentando, mas minha vontade e fé em Deus eram maiores do que tudo, pois meu Deus é o Deus da vida e era por essa vida que eu lutava.
Em abril minhas sessões de radioterapia estavam terminadas, mas a quimioterapia continuaria até outubro, foi então que, dando aula, senti uma dor insuportável na mama reconstruída e um líquido amarelo escorrendo por meu corpo: a radioterapia havia queimado a tal ponto que a prótese rompeu-se rasgando minha pele.
Fui levada às pressas ao médico: “se esse líquido entrar em seu organismo, não haverá médico que a possa salvar”, foram as palavras dele, e, internada em caráter de urgência, passei por nova cirurgia, agora, mais do que da primeira vez, correndo risco de vida.
Mas venci esta nova etapa: a fé em meu Deus da vida e minha força de viver falou mais alto do que tudo.
Era maio, mês de Nossa Senhora, a mãe tão zelosa que eu tanto amo e voltei novamente à sala de aula, confiante no amor de Maria, com minha fé mais forte e renovada.
As sessões de quimioterapia passaram a ser mais fortes e o médico explicou-me que meus cabelos poderiam cair... e, após quinze dias, da 4ª sessão, acordei totalmente careca, meu travesseiro coberto com meus cabelos. O choque foi intenso e o choro se fez presente. Abraçada a meus filhos, chorei muito, todas as lágrimas que pude até que meus olhos secaram... Era preciso continuar a luta, desistir não era meu lema.
Minha jornada foi repleta de muitas lutas, mas também de muitas vitórias. Sempre acreditei que sairia vencedora, minha fé era inabalável. “Deus está me testando, mas Ele sabe que eu O amo!”
Hoje, 15 anos após esta enorme luta e vitória, acho-me novamente acometida pela mesma doença.
![]() |
Uma viagem em busca de luz e paz, em dezembro de 2013, no sítio holístico. |
Ela é implacável... Estou agora com 60 anos. Estive internada por 73 dias correndo risco de morrer, mas venci mais esta batalha!
Encontro-me novamente em tratamento quimioterápico, com Xeloda e Zometa, pois, além de estar acometida dessa doença na mama direita, tenho metástases no pulmão (eu que nunca fumei na vida) e nos ossos...
Tem dias que não consigo andar nem mexer as mãos direito, pois o efeito colateral dessa medicação é terrível, mas acredito firmemente que o meu Deus da Vida está ao meu lado, amparando-me. Continuo acreditando, pois minha fé continua inabalável!
Os obstáculos existem para serem transpostos; os desafios para serem enfrentados e os medos, para serem vencidos. Nada é fácil!
Nós não somos fantoches do destino, mas sim, construtores dele e nós construímos a nossa vida diariamente.
Por maior que seja o desafio a ser enfrentado, o importante é acreditar na vitória e nesse Deus maravilhoso que rege nossa vida e que só quer o nosso bem.
Tudo, mas tudo mesmo na vida é aprendizado, nós só necessitamos enxergar, assimilar e agradecer cada momento que vivemos.
Você, que hoje passa por esse mesmo desafio, acredite: “você vencerá, como eu estou vencendo a cada dia”. A minha batalha ainda vai ser longa, mas acredito que eu a vencerei!
Muita luz a vocês!
Vivenciado por Sandra Maria Fernandes
Sandra, dua história é emocionante e também uma liçao de vida para nós que, por muito menis, nos abatemos, reclamamos de nosso pequenos infortunios, nos esquecendo do quanto outras pessoas próximas podem estar vivendo um drama muito naior. E creio que não deva haver maior desafio do que lutarmos bravamente para continuarmos a viver. E maior ainda o desafio de quem luta pela vida com otimismo e fé neste poder maior que é Deus, que nunca nos desampara. Minha admiraçao por você é muito grande. E, tenha certeza, que sempre peço que você continue sendo essa mulher guerreira e de uma fé inabalável. Beijo grande!
ResponderExcluirRelato de uma vencedora que acima de tudo possui base em sua fé.
ResponderExcluirAssim todos deviam ser....mais confiantes em Deus....apesar dos obstáculos que são colocados em nosso caminho.
Obrigada por compartilhar sua história deixando aberto em nosso coração a esperança.
*sou prima do Marcio ,seu cunhado....bjs
Que Deus e Nossa Senhora continuam carregando-a em Seu colo. Você é forte e há de vencer mais uma vez. Muitas bênçãos HOJE e SEMPRE. Bjs
ResponderExcluirObrigada Joamar por suas palavras. Acredite, minha luta está apenas no começo, mas minha fé é maior do que tudo. Fique com Deus.
ResponderExcluirLuciana, eu quis compartilhar minha história, pois tem muita gente que está passando pela mesma situação e acaba se desencantando com a vida... É necessário lutar sempre, por pior que seja a situação. Quando estive internada por 73 dias no hospital, o médico me desenganou completamente, disse com todas as letras que eu tinha semanas de vida, mas eu sabia que Deus não ia me desamparar e lutei, venci a primeira batalha, deixando o médico surpreso. Continuo lutando, pois minha jornada ainda é longa, mas acredito no meu Deus da Vida.
ResponderExcluirFique com Deus!
Maria Cecília, obrigada por suas palavras de incentivo. Saiba que sou muito devota de Nossa Senhora e acredito firmemente que ela está sempre ao meu lado amparando-me, e mais do que tudo, acredito que vencerei mais esta batalha, minha fé é enorme! Fique com Deus!
ResponderExcluirLindo relato. Emocionante! Continue assim Sandra! Você é uma mulher muito guerreira e repleta de luz!
ResponderExcluirForça Sempre!