Trabalhava com a professora de Artes, Heloisa Forti. Eu trabalhava a autoestima enquanto ela a parte artística e, ao final do trabalho, eles pintavam uma máscara de plástico, deixando transparecer nessa máscara todo o seu interior, aquilo que eles escondiam dos outros e que só eles conheciam. Um trabalho bastante interessante, com ótimos resultados!
A Máscara Social
Eu tenho pena dessa gente que anda pelas ruas da cidade vestindo suas máscaras de indiferença e impassividade, como se nada nem ninguém as atingisse. Colocar-se assim, impenetrável é doloroso e imensamente solitário!
Desse convívio superficial que aproxima as pessoas a distancia, o que prevalece é um clima de desconfiança e de auto preservação que desafiam a razão! Em sociedade todos agem como autônomos programados para ser convenientes e solidários. Todos dizem e fazem a mesma coisa.
Fico pensando na sensibilidade sem exercício, criando mofo e juntando poeira em algum canto esquecido da alma que, de portas cerradas, fecha lá dentro um espaço vazio cheio de ecos da própria solidão! Quantas lágrimas devem rolar, engolidas a seco em seus corações...
Na máscara social não há verdade, apenas reflexo do mundo civilizado...
Trocou-se a poesia pela tecnologia, a criatividade pela conformidade, a originalidade pela uniformidade...
As pessoas abriram mão de sua identidade em favor de uma harmonia social que é especulativa e improvisada, e agora andam a deriva como um barco sem leme que navega em águas turbulentas, sem saber ao certo que rumo tomar... O medo exala pelos poros, mas elas se escondem atrás da máscara que lhes garante proteção contra a intrusão!
A máscara social despersonaliza e descaracteriza a unicidade de cada um. Ela quebra a integridade daquilo que faz de nós seres abertos à exploração.
Essa máscara tornou-se um vício que se não for combatido o mais rápido possível, pode tornar-se fatal!
Retire sua máscara, seja você o tempo todo, sem medos...
Sandra Maria Fernandes
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